sexta-feira, 15 de junho de 2012

Com a Palavra por Khaoe Pacheco


CURIOSIDADES SOBRE TELENOVELAS:

     Mesmo você não gostando mais ou não tendo tempo de assisti-las, as telenovelas fazem parte de nosso cotidiano. De um jeito ou de outro. Para o bem ou para o mal. Pelo menos em uma fase de nossas vidas, elas se tornaram presentes. As novelas são um tipo de entretenimento famoso principalmente em países latinos que são formados, em sua maioria, por gente de baixa renda que se identifica com as histórias das mocinhas chorosas.

     O gênero surgiu quase que ao mesmo tempo em que a televisão, há mais de 60 anos. No início, por falta de escritores preparados, era comum se adaptar as radionovelas, cujas histórias mobilizavam nossos avós em frente ao rádio.  Aqui no país, as novelas eram exibidas de dois a três dias na semana e ao vivo. Minha tia - que já foi atriz - contou uma curiosidade desse período. Naquela época, a atual RPC TV ainda era chamada de Canal 12 e exibia uma novela ao vivo. Nos bastidores, o diretor pediu ao ator que desse um beijo na boca dela que, inesperadamente, deu um tapa no rosto dele que doeu em todos no estúdio, mas que no vídeo, saiu muito bem. Essas e outras adversidades eram enfrentadas pelas equipes televisivas ao redor do país - cada emissora em cada estado tinha programação própria - até a chegada do vídeo tape nos anos 1960.



As melosas histórias de amor oriundas de romances e do rádio foram substituídas aos poucos com histórias mais próximas a realidade. A pioneira foi Beto Rockfeller, com assuntos mais realistas. Não dá para negar que as novelas brasileiras (e digo não só da Globo) são muito bem feitas (apesar da falta de criatividade nos roteiros que se vê ultimamente a exceção, em minha opinião foi a excelente A Vida da Gente). Aqui no país, as três maiores emissoras produzem telenovelas. A Globo - não é exagero dizer - deve todo o seu poderio as novelas que encantam o povo. No passado a rede não tinha o monopólio de audiência que tem hoje que, era dividida com as redes Tupi e Excelsior. Enquanto essas apostavam no velho dramalhão reciclando historias mexicanas e cubanas, a TV dos Marinhos apostou em tramas mais realistas. As redes Record e SBT também conseguem alguns pontos de audiência exibindo esses produtos. A emissora de Silvio Santos incomoda a concorrência à tarde com a reprise de novelas mexicanas e regravações delas. Outro sucesso que desponta no horizonte é a regravação de Carrossel, o clássico mexicano que esta começando a abalar as estruturas das concorrentes.


Ao redor do mundo, as telenovelas também fazem sucesso. Em cada país, pelo menos um canal de TV exibe esses melodramas, pois são mais baratos do que filmes e seriados. A maior produtora de novelas no mundo continua sendo a Televisa do México. Por dia, são exibidas cinco produções inéditas de uma hora, que já não tem mais o mesmo brilho dos clássicos do anos 1980 e 1990. Estão muito próximos das brasileiras, que tem muitas e às vezes desnecessárias histórias e personagens secundários, o que fez perder toda a agilidade que as tramas tinham.  Praticamente são todos remakes e, em alguns casos, são produções que já foram refeitas mais de três vezes. O público mexicano parece não ligar para novidades. Em matéria de inovação, se você pensa que a atual novela das nove é o máximo, é por que não conhece o que os argentinos estão fazendo.  Os hermanos vivem sempre na vanguarda e apresentam histórias bem feitas que mais lembram roteiros de filmes. Estrelada por Carla Peterson (de La Lola, que também teve um roteiro inovador), Un año para Recordar é sobre uma mulher que mata o marido, mas tem a chance de voltar no tempo em um ano para mudar toda a sua vida. Essa produção foi muito elogiada ao redor do mundo.


Ao redor da América Latina, a coisa não anda tão diferente e países como Chile e Peru fazem novelas ao estilo das mexicanas.  Nas Filipinas, a população ainda assiste produções que tem o clássico tema de garota pobre se apaixona por moço rico. Países europeus não tem muita tradição em produzir, eles preferem comprar novelas de outros países e dublar na língua local ou então legendar, como é feita na Rússia. Nesses lugares é mais comum a exibição de séries americanas e inglesas. No Japão é um pouco diferente do que estamos acostumados. Chamados de Doramas são exibidas semanalmente e tem em média 12 capítulos, que geralmente é sobre um casal que tenta ficar junto no final.



Na China e na Índia são produzidos remakes - na maioria mexicana - que alteram os roteiros para os costumes e tradições locais. Talvez o modelo mais diferente de telenovela produzida seja nos EUA. Chamadas de Soap Operas - em português, opera do sabão, por que os patrocinadores eram em sua maioria sabão de roupas -, elas são exibidas nos canais na parte da tarde, tem produções paupérrimas, e não tem fim. Explico, uma novela americana fica anos no ar. Produções como All My Children e General Hospital têm mais de mil capítulos produzidos, contra quase 200 de um folhetim normal da Rede Globo. Acontece que é feita uma reciclagem de atores a cada ano aos moldes de Malhação. Ao ponto das histórias que são exibidas hoje não terem nada a ver com a proposta original. É um gênero que está longe de ter um final feliz. Até a próxima edição!!!

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