Que Hollywood é uma grande indústria
com crise de criatividade não é segredo para ninguém. Há anos as boas ideias
não aparecem na cabeça dos roteiristas que acabam apelando para as outras
artes. Se você não esta entendendo nada do que estou falando, explico. As
maiores bilheterias dessa década foram filmes inspirados e/ou adaptados de
livros (O Senhor dos Anéis, Harry Potter) ou quadrinhos (Batman e o recente
sucesso de Os Vingadores). Mas não só das publicações em papel que vive essa máquina.
Discretamente, as películas adaptadas das séries de TV pipocam na telona.
Alguns com sorte, outros com falta dela.
No meio da década de 1990 em
diante, diversos seriados tiveram a sua contra parte produzida para o cinema.
Em quase todos os casos, são remakes. Essa expressão inglesa é usada para
definir, na cultura pop, a regravação de um programa com algumas
adaptações. Val Kilmer estreou O Santo em 1997, versão da série homônima
dos anos 1960 estrelada por Roger Moore, que por sua vez vem da obra literária
de Leslie Charteris - ou seja, remake do remake! –. No ano seguinte, os fãs das
séries clássicas tiveram outra surpresa com Perdidos
no Espaço. Quase tudo igual ao original, à versão para o cinema das
aventuras da família tripulante da nave júpiter II só não tinha o clima camp,
deixando as piadinhas e infantilidades no passado. Alguns membros fizeram pequenas pontas (e põe
pequenas nisso), o que fez a grande estrela da primeira versão, Jonhathan
Harris (Dr. Smith) dizer um sonoro não.
Duas novas versões não agradaram em nada os fãs. Se muitos já chiaram
com a aparência moderna do robô de Perdidos, fecharam a cara de vez com os
remakes de Os Vingadores e Mod Squad.
Nem mesmo com Uma Thurman, Ralph Fiennes e Sean Connory no
elenco fez Os Vingadores (não confundir
com o filme da Marvel Comics) ser massacrado pelo público e crítica. Mais uma
vez, os produtores inventaram de modernizar os personagens perdendo a essência
da obra original. Com Mod Squad, que reconta a historia de três
delinquentes que são escolhidos para serem agentes secretos, não foi diferente.
Com Claire Danes (Meus Quinzes Anos) á frente do elenco, essa versão não foi
feliz ao fazer mudanças consideráveis no enredo. Mal de fã, que prefere que a
regravação seja exatamente igual à primeira versão.
Desse mal não sofreu As
Panteras (Charlie’s Angels) já que na versão estrelada por Cameron Diaz,
Drew Barrymore e Lucy Liu é explicado que, de tempos em tempos, Charlie
Townsend renova as suas agentes substituindo-as de tempos em tempos. Por isso, os roteiristas não tiveram que
colocar as mãos nos freios com medo de não ser fiel. O filme e sua continuação
foram um sucesso. Basicamente, Hollywood
não se arisca e regrava seriados de ação. Repletos de tiroteios, violência e
drogas, Miami Vice recontou a
historia dos detetives Crockrett e Tubbs no combate ao narcotráfico. Essa
produção tem em comum com outro remake - S.W.A.T.
- a presença de Colin Farrel, fã dessas séries dos anos 1980.
Entre todas essas versões a que deu mais lucro e que mais
levou críticas positivas foi Missão Impossível.
Produzido e estrelado por Tom Cruise (arriscando-se – e muito- nas cenas de
ação) essa nova visão das aventuras dos agentes da MIF modernizou personagens e
situações e a empacotou numa embalagem de blockbuster. Resultado, os quatro
filmes sucessos de bilheteria. Mas se não fosse um bom roteiro, eles não
passariam de bombas bem caras. Correndo na direção contraria de Missão, A Feiticeira arrancou delírios de ódio
dos fãs ao contar uma história nada a ver com o original. A bela Nicole Kidman
manchou seu currículo ao aceitar ser a nova Samantha. Colega de elenco de Nicole em A Feiticeira,
Will Ferrel estrelou outro remake de serie clássica: O Elo Perdido. Sucesso
absoluto no Brasil na época da exibição, O Elo mostrava um grupo perdido numa
época remota. O único destaque da nova versão são os efeitos especiais que,
obviamente, estão anos luz a frente da versão dos anos 1970.
Por fim, a última tentativa de se rever as glórias do
passado foi Anjos da Lei. O mote principal continua – detetives se disfarçam de
estudantes para investigar trafico de drogas – mas com aquele jeitinho de anos
2000 com muitas situações escatológicas apelando para o lado da comédia. Para
os fãs do original um presente, uma ponta não creditada de Johnny Depp, afinal,
essa série decolou sua carreira. Original ou nova versão, pelo menos
a memória televisiva é mantida. Até a próxima edição...
Adorei o novo visual.
ResponderExcluirQue Khaoe... Espero que todos tenham gostado... Em Breve mais (novas) mudanças e estou feliz que você faz parte delas...
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