segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Com a Palavra por Khaoe Pacheco Edição 13




Na vida aos poucos aprendemos a lidar com perdas. Algumas são fáceis de superar, outras não.  O fim anunciado da MTV Brasil significa o fim de uma era por Khaoe Pacheco do blog BadFish



     A emissora musical foi a primeira a se dedicar ao público jovem e não precisou fazer parte da TV a cabo, a MTV estava presente em várias cidades brasileiras via UHF. O primeiro contato que tive com o canal foi através do sucesso do primeiro reality show da TV brasileira, 20 e poucos anos, que colocava câmeras atrás de pessoas comuns sem as competições por prêmios que existem nesse tipo de programa hoje. Já havia escutado sobre a emissora antes, graças ao boca a boca dos amigos que adoravam o programa Teleguiado com Cazé e também o desenho Beaves and Butt-head.



   Meus programas favoritos da MTV foram outros. Bom, na verdade, para quem assistia, nem sempre o conteúdo do programa importava e sim o VJ que apresentava.  O primeiro VJ que eu gostei foi o Gastão, que apresentava o Gás Total, um programa que apresentava clipes de rock. A medida que meu conhecimento musical foi aumentando e meus interesses mudando, passei curtir rock alternativo. Para os amantes desse público, a MTV também tinha espaço. O Lado B foi o programa que me apresentou a bandas como Radiohead, Belle and Sebastian e o cantor Beck. Minha fase favorita do programa foi aquela apresentada por Soninha, minha VJ favorita.  Meu desejo era namorar uma garota como a Soninha, descolada e fora do comum. 




   A MTV não era só música e reservava uma hora de sua programação para os jovens pesarem. Através do Barraco MTV com Astrid que levantava questões pertinentes com a audiência do canal. Se Soninha era a VJ que eu gostaria de ter como namorada, o Edgar era o amigo que eu queria ter por perto. Muito carismático e entendedor de música, ele parecia ser tipo que sempre tem assunto para o dia todo. A musa de todos era bem diferente da minha, Sabrina tinha um ar de garota com uma beleza clássica e uma presença marcante. Apesar de apresentar os programas mais bobinhos da casa – Disk MTV e Top 20 – seu charme compensava ter que aguentar “os artistas do momento”.  Lembro com carinho de outros programas e outros momentos.  O desenho Daria, os Supernovas que promoveram a estreia de Marcos Mion e Didi Wagner, Cine MTV  e também de outros VJs queridos  Marina Person, Chris Nicklas, Cris Couto e Fabio Massari.




   A muito tempo deixei de acompanhar a MTV, não só por que todos os VJs que conheciam não estavam mais lá e os atuais eram chatos e irritantes, mas também por que a proposta do canal por si só se tornou obsoleta. Hora, com a internet em alta velocidade, ver clipes que queremos ver a qualquer hora, é mais interessante que aquelas coisas que programas como Acesso queria fazer que é força o público a gostar de tal artista. A MTV de antigamente não nos forçava a nada, para isso existiam os programas segmentados para o espectador que curtia rock, rap, MPB, assim por diante. 



   A MTV como a conhecemos deixa de existir, ela vai continuar ao ar desta vez sobre o comando de sua empresa mãe, a Viacon, que também é dona do estúdio de cinema Paramount. Aquele canal do grupo Abril que fez parte da minha adolescência e de muitos de vocês acabou e como tudo na vida, ficará restrita a nossas memórias. Com este texto me despeço de Com a Palavra do blog do meu amigo Diogo que ficará suspenso por um tempo. 

                 Até uma próxima vez!!!

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